Enquanto na Inglaterra os celulares com câmeras fotográficas vão começar a ser regulamentados em breve, no Brasil um projeto de lei quer obrigar os shoppings a instalarem câmeras como forma de resolver o problema da criminalidade. Além de ser mais uma daquelas medidas cretinas que nos lembram como costumamos votar bem, o projeto de lei é mais uma ameaça a privacidade.
Claro que com as novas tecnologias e a paranóia, a privacidade vai se esvaindo mesmo. A questão é menos de privacidade que de livre acesso às imagens capturadas. Se eu estou sendo filmado por razões de segurança, por que eu não posso ver essas imagens e acompanhar seus usos? Uma vez tentei fazer uma matéria sobre o tema e todos os shoppings de Salvador se recusaram a falar sobre o destino das imagens, a localização das câmeras, o tempo de estoque das imagens e semelhantes. Todos os "razões de segurança".
O mais interessante de tudo é que a produção está cada vez mais fácil, assim como a divulgação. Com os arquivos de imagens crescendo, os mil tipos diferentes de câmeras portáteis e largura de banda cada vez maior, imagens começam a se tornar uma forma de dialogar, e não só transmitir mensagens.